O hipster não morreu, apenas mudou de look: mas qual?!

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Semanas atrás, matéria publicada no The Guardian declarava o fim do hipster! Barbas longas, óculos retrô e camisa xadrez já não são mais cool. Afirmação válida, mas para o hipster atual, popularizado ao nível da caricatura. Assim, o que (re)surgiu como moda e comportamento contracultural virou termo para debochar, pois caricaturas são mesmo ridículas.
A subcultura hip surgiu na era do jazz e seu fundamento recusa o "normal", deseja pertencer despertencendo. O hipster "real" seria um camaleão urbano, um coringa da autenticidade. Quando suas microtendências se popularizam, eles as abandonam. Talvez por isso, no início dos anos 2000, as barbas longas vieram recusar a androginia emo (nada hip!). De lá para cá, as ruas, a web e a moda criaram um estereótipo hipster, portanto, sua autenticidade se dissolveu.
Chris Sanderson afirma que o hipster morre no instante em que o mercado o captura, mas o hipster "real" continua a existir em outras formas, à caça do incomum, daquilo que o torne autêntico e estranho. Na matéria, este tipo que busca a diferença a todo custo é nomeado de proto-hipster, marcado pelo esforço inglório de procurar novidades e logo abandoná-las. Christie Wampole, da Universidade de Princeton, o vê como "um estudioso do que é cool", escavando em busca do inesperado e não percebido pelo público geral.
O The Guardian conecta o desgaste do look hipster atual ao aparecimento do normcore, o que complica a questão. Seria este uma reação à caricatura hipster, um retorno ao básico, vontade de passar despercebido? Ou outra forma do hip, mais cínica, pois, enquanto o hipster estereotipado deseja a diferença, o proto-hipster optaria pela aparência muito comum? Uma autenticidade às avessas, um desejo de ser diferente sendo muito "normal".
De qualquer modo, o hipster de caricatura ou o normcore também são ciladas da autenticidade. Exemplo disso é a última coleção Verão 2015 Prada (que direciona tantas tendências atuais): sóbria e lúcida, quase uniforme de escritório contábil. Então, se o proto-hipster quer se disfarçar de "normal", o mercado também já o capturou.
Sejam lá quais as escolhas – ser excêntrico ao extremo, um clichê ambulante ou passar despercebido, o fato é que ser ou não ser hipster , proto-hipster ou normcore é mais um estado de espírito do que um rótulo definido por códigos fashion. Importam mais os sentidos que atribuímos às roupas, algo que somente nós podemos fazer. A indústria da moda oferece opções, mas como dizia uma postagem antiga do Hipster da Depressão: "Acredite, o último grito da moda é ser você mesmo".








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